sábado, 22 de novembro de 2008

Globalização X Meio Ambiente

Com a internacionalização do capitalismo, está havendo uma redistribuição das funções econômicas do mundo, ou seja, um certo produto em sua fase final, agregou peças, materiais e componentes oriundos de diversas partes do mundo. E essas peças e componentes são produzidos em locais que oferecem um custo de produção inferior a essa empresa. Porém, os fatores que implicam nessa diminuição dos custos de produção incluem uma série de características do país onde tal empresa se instala, os quais influenciam na escolha da localidade de uma empresa, como matéria-prima acessível, facilidade de transporte, mão de obra barata, mercado consumidor, e, dentre essas, estão as exigências ambientais reduzidas. Segundo Milton Santos, em seu livro “Por Uma Outra Globalização”, as empresas, na busca da mais-valia desejada, valorizam diferentemente as localizações. Não é qualquer lugar que interessa tal ou qual firma. A cognoscibilidade do planeta constitui um dado essencial à operação das empresas e à produção do sistema histórico atual.

Atualmente há uma certa tendência das indústrias se instalarem em países mais desenvolvidos onde as atividades estão ligadas à área de tecnologia, engenharia e comércio. Por outro lado, as atividades de produção, relacionadas ao chão de fábrica, à nível operacional, tendem a concentrar-se em países menos desenvolvidos, onde o custo de mão de obra e as exigências de proteção ao meio ambiente são reduzidas, o que acaba por otimizar os custos de produção. Em países com legislações ambientais pouco restritivas, é possível produzir sem a preocupação de poupar e poluir.

A fiscalização por ser deficiente, acaba por permitir que certas indústrias despejem produtos químicos e utilizem técnicas prejudiciais ao meio ambiente. Um exemplo disso é o caso dos agrotóxicos. Em países desenvolvidos seu uso foi suspenso, porém, em países sub-desenvolvidos, onde não existem sistemas eficientes de registro e controle, os agrotóxicos continuam a serem utilizados.

Atualmente não há a preocupação sobre até quando o planeta aguentará a todas essas ações abusivas do homem. Uma análise histórica nos revela uma tendência crescente de aproximação entre os países, a ponto de falar-se em “aldeia global”. Há certo tempo, vem sendo discutida a disputa do espaço territorial que compreende a Amazônia. No plano que relaciona a medicina, como a malária e as febres hemorrágicas por exemplo, a Amazônia nos reserva surpresas. Os países que demonstram interesse por explorá-la se defendem do ponto de vista de progresso da medicina. Afirmam que precisam da Amazônia para explorar aa áreas de tecnologia florestal, piscicultura, microbiologia, química de produtos naturais, e etc.

Porém, o efeito negativo dessa exploração não é divulgado devido ao controle e manipulação da informação de alguns atores em busca de seus interesses. Tem-se notícias sobre a utilização de índios como cobaias em experimentos, bem como a biopirataria.

Santos, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.14ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.

JÚNIOR, José de Sena Pereira. Globalização e Meio Ambiente. Disponível em <http://members.tripod.com/~aacastro/globmamb.htm>